Caros leitores e leitoras,
Estamos juntos há mais de 15 anos.
Somam mais de 5.475 dias e essa conta continua a crescer.
Ao longo desse tempo, fomos forçados a recorrer a vocês em algumas situações difíceis.
E, agora, temos que fazê-lo outra vez.
O valor acima destina-se ao pagamento dos custos atualizados pela decisão judicial que nos condenou em um processo, que teve início em 2015.
À época, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB) -- as duas principais entidades médicas do País – estavam em campanha feroz contra o governo Dilma Rousseff.
O corporativismo e questões ideológicas gritavam altíssimo.
Rejeitavam o extinto “Programa Mais Médicos”, notadamente os profissionais cubanos, e a abertura de novas faculdades de medicina.
A campanha do CFM e da AMB obteve apoio maciço da categoria pelo Brasil afora.
O problema é que tal campanha extrapolou e acabou atingindo até a relação médico-paciente.
Foi nessa época e contexto que publicamos a reportagem motivo da condenação.
Uma doutora aproximou-se da beira do leito de um paciente internado. Ele havia infartado, era dependente de álcool e pobre. Aguardava transferência para outro hospital, onde faria exames.
A mesma doutora afirmou que ele estava ali, porque Dilma havia cortado leitos hospitalares.
No mesmo momento, sua filha que o acompanhava indignou-se: achava que hospital não era lugar para se fazer política. Então, resolveu denunciar.
Justamente por intermédio dela que soubemos do caso.
Nós entrevistamos a filha, a doutora e consultamos também o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
Somente depois de checarmos várias vezes todos os fatos, publicamos a reportagem.
A doutora, alegando exposição de sua imagem, processou o Viomundo, eu (Conceição Lemes, autora da reportagem) e a filha do paciente.
Porém, a filha e única testemunha de tudo o que ocorreu não foi mais encontrada.
Foram tentados vários endereços e formas de localizá-la. E nada.
Isso é frequente com pessoas de baixa renda, já que se mudam muito dos seus locais de moradia.
Resultado: a filha acabou sendo citada por edital, que, na prática, é uma citação fictícia.
E nós ficamos nas mãos da Justiça, que deu ganho de causa à doutora, uma vez que nos faltou a filha, nossa testemunha-chave e única.
O Viomundo sempre se orgulhou de não depender de propaganda de grandes empresas ou governos, em qualquer esfera, para sobreviver.
Sempre fomos mantidos por nossos parceiros do mundo sindical e pelos anúncios do Google.
Essa sempre foi a forma de garantir nossa independência editorial.
Nestes tempos bicudos da pandemia, o site sente o aparente boicote do Facebook aos sites progressistas e à queda generalizada do faturamento dos anúncios do Google.
Assim, caros leitores e leitoras, vocês são nossos últimos recursos.
Precisamos angariar R$ 20 mil o mais rápido possível para que possamos ser livres novamente. Para que não calem as nossas vozes. E para que verdade continue sendo dita através do nosso site.
Para isso, contamos antecipadamente com todas e todos vocês.
Nossos profundos agradecimentos, desde já
Cada centavo seu vale, não se esqueça jamais.